quinta-feira, 14 de maio de 2015

Beira-Mar é condenado a mais 120 anos de prisão por mortes em Bangu 1

Beira-Mar é condenado a mais 120 anos

Fernandinho Beira-Mar enfrenta novo júri popular por mortes de rivais dentro de Bangu I, em 2002
Fernandinho Beira-Mar enfrenta novo júri popular por mortes de rivais dentro de Bangu I, em 2002 Foto: Urbano Erbiste
Carolina Heringer
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Recheado de ironias, o depoimento de Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, julgado nesta quarta-feira, no 1º Tribunal do Júri da Capital, conseguiu irritar o juiz Fábio Uchôa. Acusado pela morte de quatro presos de uma facção criminosa rival, durante rebelião no presídio Bangu 1, no Complexo de Gericinó, em 2002, ele negou ter matado as pessoas e foi advertido várias vezes pelo juiz por rir enquanto falava. Por volta de 1h30 desta quinta-feira, o magistrado leu a sentença: o traficante foi condenado a mais 120 anos de prisão - 30 por cada um dos quatro mortos.
O advogado de Beira-Mar, Maurício Neville, informou que vai recorrer da decisão para conseguir um novo julgamento para o seu cliente. Beira-Mar ia voltar ainda na madrugada desta quinta-feira para o presídio federal de Porto Velho, em Rondônia.
Durante o seu depoimento, outra queixa do juiz Fábio Uchôa foi o fato de o réu se estender muito durante a sua explanação. "Deixa que a sua defesa o seu advogado vai fazer", disse Uchôa. O bandido disse que estava nervoso, por isso estava rindo todo o tempo.
Das seis testemunhas chamadas, duas pela defesa de Beira-Mar e quatro pelo Ministério Público estadual, só uma compareceu, o traficante Celso Luís Rodrigues, conhecido como Celsinho da Vila Vintém. Com isso, as outras testemunhas foram dispensadas. Apesar de, na época, pertencer a uma facção rival de Beira-Mar, e estar no local do crime, Celsinho foi poupado. Em seu depoimento, ele se defendeu das acusações de ter traído sua facção: “Eu não traí companheiro nenhum meu, estou carregando esta peste", afirmou.
Beira-Mar fez anotações de contradições contra ele próprio
Beira-Mar fez anotações de contradições contra ele próprio
Segundo ele, que pertencia à mesma quadrilha dos criminosos que foram assassinados e estava na mesma galeria que os comparsas, só não foi morto porque nunca foi de provocar os outros. Celsinho disse ainda que, na ocasião, só viu Beira-Mar com um rádio ou um celular na mão, sem armas. “Se ele tivesse matado um companheiro meu, eu jamais estaria aqui", afirmou. Quando questionado se considerava o presídio Bangu 1 de segurança máxima, foi irônico: “Segurança máxima: brincadeira".
Beira-Mar negou ter culpa nas mortes
Beira-Mar negou ter culpa nas mortes
Ouvido depois de Celsinho, Beira-Mar levou com ele um papel, em que fez várias anotações durante o depoimento da testemunha. Quando depôs, disse que usou o papel para fazer algumas observações sobre contradições contra ele próprio.
Beira-Mar foi irônico durante todo o tempo
Beira-Mar foi irônico durante todo o tempo
Outros traficantes também respondem pelo caso, mas o processo foi desmembrado. A rebelião ocorreu no presídio Laércio da Costa Pelegrino, conhecido como Bangu 1, no dia 11 de setembro de 2002. Na ocasião, de acordo com acusação do MP, um grupo de presos, comandados por Fernandinho Beira-Mar, invadiram a galeria onde estavam os rivais e iniciaram a guerra e os assassinatos. Além de Uê, foram mortos Carlos Alberto da Costa, o Robertinho do Adeus, Wanderlei Soares, o Orelha e Elpídio Rodrigues Sabino, Pidi.


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domingo, 10 de maio de 2015

Deputadas estaduais do Rio falam sobre filhos e trabalho


A Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) não é apenas um espaço de debate. A Casa também é reflexo das mudanças na sociedade. E, no caso da maternidade, não poderia ser diferente. Em comemoração ao Dia das Mães, celebrado no próximo domingo (10/05), as deputadas abriram o álbum de família (e se emocionaram) para contar as histórias de conciliação entre o cotidiano atarefado e o cuidado com os filhos.
As deputadas Enfermeira Rejane (PCdoB) e Lucinha (PSDB) se separaram dos seus maridos cedo, o que fez com que cuidassem quase sozinhas dos filhos. “Fazia atividade nas associações de moradores e levava eles comigo. Era pai e mãe”, diz Lucinha, que, para onde ia, levava os filhos Júnior e Thiago. Rejane conta que o pai de Guilherme saiu de casa quando o menino tinha um ano de idade e, para arcar com as despesas fixas, ela teve que se virar em dois empregos.
O excesso de trabalho fez com que as deputadas Ana Paula Rechuan (PMDB), Zeidan (PT) e Tania Rodrigues (PDT) parassem pouco em casa. Médica, Ana Paula confessa que passava mais tempo com o filho dos outros do que com Mariana e Vinícius, mas “morria de saudades dos dois”. Já Zeidan quase cedeu aos apelos do filho mais velho: “Quando me candidatei pela primeira vez, o Felipe implorou para eu não assumir o cargo. Ele sabia que eu ficaria um pouco ausente”.
Tania busca recompensar o tempo perdido aproveitando a neta Lara. “Não vi minha filha Camila dar seus primeiros passos porque estava viajando a trabalho. Agora, procuro planejar meu tempo para curtir a Lara”, garante.
Quando não é possível administrar trabalho e maternidade como se espera, elas fazem como as deputadas Márcia Jeovani (PR) e Daniele Guerreiro (PMDB): recorrem às “mães postiças”. Há 27 anos, Márcia conta com a fiel escudeira Adenair, que viu Matheus e Mariana nascerem e ajudou a criá-los.
Daniele contou com o apoio da sogra Marjorie, quando, aos 15 anos, descobriu estar grávida. Enquanto a parlamentar estudava para concluir o ensino médio, Mariana ficava aos cuidados da avó, que também acompanhou o crescimento do neto Daniel, quatro anos mais novo.
Tia Ju (PRB) não pôde ter filhos, mas cria a sobrinha Elisama, hoje com 13 anos. Aos 16 anos, na Bahia, ela transformou a garagem da sua casa em sala de aula. Desde então, conta que virou mãe de várias crianças que chama de “filhos do coração”.

Deputadas estaduais conciliam filhos e a rotina da Alerj

Foto: Divulgação / Rafael Wallace

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Família busca ajudante de pedreiro desaparecido em março

A família de Álvaro da Silva Carvalho registrou o desaparecimento em abril. Foto: Divulgação

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Tamanho da fonte: A- A+Por: Ayra Rosa 06/05/2015

Álvaro da Silva Carvalho, de 51 anos, sumiu após sair de casa para trabalhar em Maricá

O ajudante de pedreiro Álvaro da Silva Carvalho, de 51 anos, morador do Porto da Pedra, em São Gonçalo, está desaparecido há mais de um mês. Segundo Edinaldo da Costa Carvalho, filho do pedreiro, ele saiu de casa no dia 21 de março para trabalhar em uma construção em Maricá e não deu mais notícias. O caso foi registrado na 72ª DP (Mutuá), em 9 de abril, quando os parentes deram falta de Álvaro. 
Edinaldo comentou que o pai morava sozinho e, por isso, não se deu conta do desaparecimento. Ele disse que foi até a casa do homem que ofereceu o trabalho para seu pai, que informou que os dois haviam voltado juntos dois dias depois que foram a Maricá. 
“Demorei para registrar o caso porque pensei que ele estivesse ainda trabalhando na obra. Fiquei preocupado com a demora, então fui logo na casa do rapaz que ofereceu o emprego para meu pai. Ele disse que voltaram juntos, mas ninguém viu meu pai depois do dia 21 de março. Voltei a ligar para ele, mas sua esposa me deu o mesmo recado”, afirma. 
A família procurou por Álvaro em hospitais e até no IML de São Gonçalo, onde havia um corpo sem identificação com características semelhantes a do ajudante de pedreiro, segundo Edinaldo. Segundo o filho, Álvaro teria problemas com bebida.
“Me falaram no IML que um corpo havia chegado no local sem identificação. Mas descartei a hipótese quando comentaram que o tal homem tinha a arcada dentária completa, e meu pai não tinha. Estive na Delegacia de Homicídios de Niterói, mas o caso ainda não havia sido transferido, mas aproveitei para incluir informações”, destaca. 
Policiais da 72ª DP (Mutuá), em São Gonçalo, explicaram que o caso foi transferido no dia 29 de abril para a Delegacia de Homicídios de Niterói.